sábado, 24 de janeiro de 2015

(Não sou bom escritor, sou contador de historias)


O despertar de um sonho infinito (Parte 1)    


Bem...faz uma semana que todas as manhas saio do meu quarto com os punhos sangrando e todos me olham normalmente como se eles não se importassem enquanto eu derramava aquele liquido vermelho pelo chão por aonde andava, mas como cupa-los?
Isso começou após um sonho, devo dizer um pesadelo, me lembro pouco e o pouco que lembro é confuso, uma cidade distante, nem no futuro e nem no passado, destruída por algo que estava a minha frente mas que não conseguia enxergar, ouvia uma voz que ecoava em minha mente,
-Uma oportunidade é tudo que precisamos para nos arrepender.
Um arrepio tomou conta do meu corpo como se a própria morte estivesse em minha frente, engraçado, nunca tive medo de morrer, a verdade é que era até comodo esse pensamento, não ter que se preocupar com nada, sem trabalho ou estudos, contas e deveres, ser obrigado a sorrir para um estranho só por educação, algo que realmente sempre achei inútil, a morte era uma amiga que não esperava ver cedo mas sabia que iria me visitar e aguardava sem problemas, mas parecia que toda aquela tranquilidade diante do meu fim havia sumido, ouvia uma risada, não uma risada de felicidade tão pouco de alegria, longe disso, aquilo era sádico, pode ter sido o extremo temor sobre aquilo ou até mesmo um milagre ou o que quiser achar, mas o que realmente importa é que algo acabara de acordar dentro de mim, não importava o que foce, foi o suficiente para me fazer correr, corria com todas as forças do meu corpo, me voltei a direção oposta enquanto ouvia a voz se aproximar com a mesma risada, nem um som saia de minha boca, mas um suspiro de esperança foi solto quando ao longe via uma porta parada em meio ao deserto perto do que parecia a saída de cidade, estava convencido, era a porta do meu quarto, a mesma que tinha um poster Bruce lee que na verdade era muito fan e abaixo estava um alvo aonde jogava os dardos que tinha ganhado do meu tio no meu ultimo aniversario e lá estava eu, de frente a porta tentando abri-lá e sem coragem de olhar para trás, ela não abria, por instinto comecei a socá-la e socá-la, sentia uma dor enorme mas o medo não me deixou parar, conforme continuava batendo parecia que ela começava a abrir um buraco que logo aumentava de tamanho, uma luz dourada emanava de lá, mas isso não me fez pensar duas vezes, entrei como se fosse minha ultima chance de sobrevivência, finalmente me via acordando assustado em minha velha cama.
-Mas....que merda. As únicas palavras que saíram de mim depois daquele sonho, me sentei e quando ia levar uma das mãos a testa para secar o suor, sentia-me com mais um arrepio, junto com a imagem da minha mão machucada e sangrando veio a dor, tive que me segurar para não fazer nenhum barulho, mas logo a minha atenção foi levada pelos meus pensamentos, lembrava de que era sonambulo quando pequeno mesmo que nunca tivesse feito algo parecido, a verdade é que procurava qualquer desculpa para me distrair do pensamento -isso foi só um sonho?- Como qualquer outro cético não foi difícil acreditar em minhas próprias mentiras mesmo não havendo qualquer marca nas paredes ou portas, saia do quarto em silencio e com muito cuidado, afinal mesmo com 18 anos ainda vivia com seus pais e se vissem isso teria que explicar de alguma forma e não queria ir pro hospício por se machucar enquanto dorme, já tinha visto isso na tv e não queria passar por louco então comecei a andar pelo corredor até o banheiro para me limpar, quando estava próximo de chegar, minha irmã mais velha abria a porta do banheiro na minha frente e me olhava com o olhos serrados, mas antes de eu poder pedir para guardar segredo e conseguir inventar uma desculpa ela gritava de raiva, logo minha mãe aparecia perguntando o que estava acontecendo.
-Acabei de limpar o chão e seu filho anda por ai com a mão molhada derramando água em toda a casa, eu só consegui ficar com uma cara de desentendido e com um sorriso despreocupado minha mãe olhava para mim e minha irmã -Calma, é só água e seu irmão ira limpar, agora não quero ver mais vocês brigarem ok. Nossa mãe saia e minha irmã me olhava mais calma.
-Desculpa não estou muito bem hoje e estou limpando isso desde cedinho, só não faça bagunça Adan, agora você tem 18 anos, mas deixe isso comigo, só dessa vez em. Ela falava enquanto passava por mim com um pano nas mãos e começava a limpar a "água". Engolia seco e olhava novamente minhas mãos e o chão, aquilo com certeza não era água, entrava no banheiro rápido e me trancava indo direto para frente do espelho e me olhando novamente.
-Será que estou ficando mesmo louco?
Começava a lavar as mãos freneticamente, não queria ver mais aquilo, era apenas esquecer e fingir que não aconteceu e foi o que havia conseguido fazer até que finalmente a noite chegou e novamente adormeci.

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